sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Fafy: ‘Eu não imitei. Eu deixei que a Dercy entrasse na minha emoção’!



“Deixa de frescura, vai lá e faz”, repete, emocionada, Fafy Siqueira. Ela conta que, antes de serem iniciadas as gravações, ouviu esta frase, durante visita ao Mausoléu de Dercy Gonçalves, em Santa Maria Madalena, terra natal da artista. “Naquele momento, senti a presença nítida da voz dela. Parei, escutei e me decidi: fui lá e fiz. E me diverti muito”, conta Fafy Siqueira.
A convite da própria Dercy Gonçalves, a atriz realizou o que ela chama de “o mais emocionante trabalho de sua carreira”.

Fernando Eiras revive emoções em Dercy De Verdade!



Fernando Eiras define o seu personagem, Eugênio Pascoal, como o “príncipe consorte, grande parceiro de vida, quem veio abrir o caminho artístico para Dercy Gonçalves”.
“Como sempre a vida faz, ela dá e tira. Tirou muito e deu muito a ela. E o Eugênio foi o primeiro amor, o primeiro homem, o primeiro parceiro, quem a colocou na estrada, no circo, no palco, cuidou dela, se apaixonou por ela , cantou com ela. Experimentou com ela aqueles tempos de aventura. E ela cuidou dele até o final. A grande sorte da vida dele! Foi um encontro já escrito nas estrelas”, conta Fernando Eiras que, durante sua carreira, também contracenou com Dercy Gonçalves.

Fazendo a cabeça de Dercy!



“Não saio sem dentadura, pestana e peruca“. A frase de Dercy Gonçalves é emblemática e retrata, exatamente, o rumo que a equipe de caracterização da minissérie Dercy De Verdade tomou. Para dar vida à Dercy, Anna Van Steen e Rubens Libório – ela, vinda especialmente de São Paulo e, ele, supervisor de caracterização da Globo – se empenharam para recuperar registros dos penteados e cortes de cabelo que a artista usava.



“Começamos com a Heloísa Perissé, que vive a Dercy moça e madura, dos anos 30 aos 50. Como a Dercy possuía os cabelos escuros e muito crespos, encaracolamos algumas perucas para experimentar como ficariam com os penteados de época”, explicou Anna Van Steen.
“O passo seguinte aos testes foi fazer uma, sob medida, no peruqueiro”, complementou.



As cenas, nas quais Dercy (Heloisa Perissé) aparece com as madeixas loiras, foram gravadas depois. Para esta etapa, foram experimentadas perucas do acervo da Emissora e, depois, também encomendada uma com os fios mais longos.
Anos 60 - No momento em que a filha de Dercy, Decimar Gonçalves, se casa, acontece uma “mágica” e outra atriz, a Fafy Siqueira, entra em cena para interpretar a artista mais madura, na época do início da Tv Globo, exatamente a partir dos anos 60.
“Usamos o mesmo processo, experimentando perucas diferentes. O Jorge Fernando gostou de várias e, como nesta época a Dercy usava muitas perucas diferentes, optamos por perucas mais sintéticas e bastante variadas, para ficar bem dinâmico e divertido, tal como era a Dercy”, finalizou Anna Van Steen.

Bruno Boni: dupla homenagem em Dercy De Verdade!

Filho mais novo do ex-diretor da Rede Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, Bruno Boni viverá o próprio pai na minissérie Dercy de Verdade. “A ideia era chamar meu irmão mais velho. Mas, na última hora, meu pai, Maria Adelaide Amaral e o Jorginho Fernando perceberam que ele não tinha a idade certa. Foi aí que surgiu o convite”, conta Bruno lembrando que, de brincadeira, já imitava seu o pai em casa.
Apesar de ser sua estreia, Bruno é categórico em dizer que não seguirá carreira. ”Topei o novo desafio para homenagear o meu pai e a Dercy”, enfatiza.



A carne assada de Dercy - Uma das passagens mais pitorescas e sempre presente na amizade de longa data de Dercy e Boni, conta Bruno Boni, é relacionada com uma especialidade da artista na cozinha: carne assada a la Dercy Gonçalves.
“Desde que o meu pai tinha a minha idade (de hoje), a Dercy fazia uma carne assada que ele adorava. E, mesmo depois que eles pararam de trabalhar juntos, todo último final de semana do mês, ela mandava a carne assada lá pra casa. O mais engraçado é que, na segunda-feira seguinte, ela ligava xingando, carinhosamente, do jeito dela, dizendo que a gente tinha que devolver o pirex”, diverte-se Bruno, complementando que “a carne assada era muito boa, mas, à medida em que a Dercy foi envelhecendo, foi acrescentando mais pimenta na receita”.
“No final da vida, era pimenta com carne assada!”, brincou.

Os recordes de Dercy Gonçalves!



Mesmo após sua morte, aos 101 anos de idade, Dercy Gonçalves entrou para o famoso Guinness Book, o Livro dos Recordes. O motivo? Ela foi reconhecida, mundialmente, como a atriz que trabalhou por mais tempo nos palcos, tendo iniciado sua carreira em 1922.
“A mamãe sempre dizia que era a mulher mais feliz do mundo e eu cheguei à conclusão de que foi mesmo. Ela conseguiu resgatar tudo: o fato de ter sido expulsa de Madalena e, depois de morta, ainda entrou para o livro dos recordes, nessa foto ótima (com o cinto que ela amava de paixão)”, destaca Decimar Gonçalves, única filha de Dercy.
Além disso, trata-se, segundo o Guiness, da única atriz do mundo que com 100 anos que atuou em um filme (o “Nossa Vida Não Cabe Num Opala”, de Reinaldo Pinheiro).

Heloísa Périssé presenteia amigas com pingente!



Convidada para protagonizar, a minissérie Dercy De Verdade, ao lado de Fafy Siqueira, e com o texto da roteirista Maria Adelaide Amaral nas mãos, Heloísa Périssé se deu conta da importância de celebrar uma aliança em torno de Dercy Gonçalves.
“A ligação entre a gente será muito forte daqui em diante”, diz Périssé, enquanto exibe, no cordão, o delicado pingente de letra “D”. Heloisa presenteou Fafy e Maria Adelaide Amaral com outros dois idênticos pingentes.
“D de Dercy”, disse Heloisa.
“D de Deus”, completou Maria Adelaide Amaral.

Decimar Gonçalves, a projeção bem sucedida de Dercy e por Dercy!



Se fisicamente Decimar Gonçalves se mostra muito parecida com a mãe, em todo o restante define-se “muito diferente” de Dercy Gonçalves. “Só temos em comum o otimismo para lidar com as dificuldades da vida. Eu me lembro que, quando eu era bem pequena, ela juntou a cabeça dela com a minha e disse ´A gente vai ser feliz na porrada´. Aprendi, naquele momento, que ser feliz é uma questão de decisão. E eu achei isso”, enfatizou.
Com clareza, Decimar destaca dois momentos importantes de sua vida nos quais esta vocação para a superação, herdada da sua mãe, foi decisiva. “Perdi a mamãe, minha grande referência, o meu porto seguro e perdi o meu marido, quem eu amava de paixão. Mas não me entreguei. Nunca esqueci a lição de que a vida continua, de que temos um compromisso com o que restar. Um mês depois do meu marido morrer, eu estava na aula de lambada com a minha neta. Para que eu aprendi lambada eu não sei, mas que eu sei dançar lambada, eu sei!”, conta a discreta, e também irreverente, filha de Dercy.



Discriminação – “A vida da mamãe não foi fácil e eu recebi um pouco da carga de algumas discriminações que ela sofreu”.
Com lucidez, desde pequena, Decimar vivia e aprendia com as experiências da mãe. “A mamãe era tão forte para mim, que eu acreditava e seguia tudo o que ela dizia, graças a Deus! Mesmo as repressões, eu seguia. E deu tudo certo!”, contou Decimar.
Proteção - “Depois que eu conheci o meu marido, namoramos 13 anos e meio. Ela dizia: ´Não dê. Se der, você vai perder esse homem’. Antes do nosso primeiro beijo, ela foi conversar comigo. Foi categórica: ´Se você sentir que não domina o beijo, não dê nem a mão, porque aí vai todo o resto! Não pode perder o controle´”, lembrou.
“E afinal, me casei aos 30 anos, virgem, com o primeiro e único namorado. A mamãe enchia a boca para contar isso. Para ela era muito importante”.
Família – Fruto do amor de Dercy e Valdemar, Decimar Gonçalves nasceu no dia 24 de dezembro de 1934. Este acontecimento mudaria o destino de Dercy para sempre. “Eu não entendia nada de criança, mas aquela menina ia mudar minha vida”, declarou a artista.
Como mãe, Dercy se empenhou para oferecer o melhor para Decimar. Não queria que a filha passasse pelas mesmas coisas que ela tinha vivido. Quem conviveu bem de perto com Dercy e Decimar, aposta que a filha se tornou o alterego da mãe.
“Ela transmitiu para a filha tudo o que ela gostaria de ter sido. Decimar realizou tudo que a titia projetou. Além dos valores, da personalidade, ela também constituiu uma família”, lembrou Lucy Freitas, sobrinha de Dercy.

Nizo Netto recria cena com ajuda do seu pai Chico Anysio!



“Depois de uma pequena intervenção, uma experiência mediúnica”. Foi assim que Nizo Netto – Chico Anysio, em Dercy De Verdade - definiu a sua participação no seriado.
“Quando recebi o Capítulo 4, vi que só tinha uma rubrica: Chico Anysio contracena com Dercy, na TV Excelsior. Então perguntei ao meu pai como tinha sido a experiência”, lembra Nizo.
Com o aval do diretor Jorge Fernando, somaram-se os detalhes e finalizou-se a cena – única em comum nas carreiras de Dercy e Chico Anysio.
“Recriamos aquele momento. Representar meu pai nesta minissérie foi, sem dúvidas, o trabalho mais divertido que tive na minha carreira!”, diz o ator que viverá o coronel Limoeiro, um dos primeiros personagens da carreira do seu pai.

Maria Adelaide Amaral: ‘Dercy, uma artista muito além dos palavrões’!



Amiga pessoal de Dercy Gonçalves e autora da biografia “Dercy de Cabo a Rabo”, lançada em 1994, Maria Adelaide Amaral não esconde a alegria de (re)apresentar a artista para o Brasil. “Ela foi muito mais do que ‘uma mulher que falava palavrão’. Era extremamente sóbria, moralista, puritana e mantinha uma ‘persona’ pública e outra privada”, dispara Maria Adelaide Amaral, também autora de Dercy De Verdade.
Resgate – Dolores Gonçalves Costa, seu nome de batismo, ou simplesmente Dercy, não teve uma infância das mais fáceis. Abandonada pela mãe, a menina sofria com o descaso do pai e a hostilidade da vizinhança. Em plena década de 20, as pessoas não entendiam uma garota que cortava os cabelos e se maquiava como Theda Bara e Pola Negri, estrelas que admirava através das telas dos cinemas.
“Ela foi uma das mulheres mais dignas que conheci. Corajosa, ousada e de personalidade forte, venceu todas as dificuldades e se consagrou como uma das melhores atrizes de seu tempo e a maior representante da Commedia Del A’rt. Eu não queria que as pessoas só se lembrassem da Dercy estereotipada”, finaliza Maria Adelaide Amaral.

Heloísa Périssé se encanta com a história de Dercy!



Heloisa Périssé, que, em Dercy De Verdade, vive Dercy Gonçalves na juventude, conta que se surpreendeu com o lado conservador da artista. Entendeu que o lado escrachado foi a forma possível para viabilizar uma história ímpar e à frente de seu tempo.
“Eu brinco que Deus, às vezes, se distrai e manda descer pessoas do século seguinte. Assim foi com Dercy. Ela veio com uma foice, abrindo caminhos e revolucionando. Por muito tempo foi marginalizada, mas terminou sua história de forma gloriosa. Eu tenho certeza de que vocês vão adorar! Nos vemos lá!”, destacou Heloisa Périssé.

Produção de arte e cenografia de verdade para Dercy!



Para entrar no clima do Rio de Janeiro do início do século e recriar Santa Maria Madalena, terra natal de Dercy Gonçalves, foi necessária uma intensa imersão a partir da obra de Maria Adelaide Amaral “Dercy De Cabo a Rabo”, de filmes e programas de TV com participações da atriz e, ainda, do acervo do Museu de Dercy.



“A partir da visita à pequena cidade na região serrana fluminense, a equipe elaborou a reprodução de características da localidade de 1919: carros de boi, carroças, um tilburi, bicicletas, pererecas, vendedores de galinhas e vassouras, verdureiros e doceiros. Todos esses elementos foram usados para dar vida à infância de Dercy Gonçalves”, disse Isabela Sá, supervisora de produção de arte.



De verdade - Também foram usados cinco carros com motor de arranque à manivela. O atelier de Manoel (Walter Breda), pai da comediante, foi pesquisado e construído nos mínimos detalhes: fita métrica, livro com medidas dos clientes e amostras de tecidos, moldes, tesouras, réguas e calendários do ano.



Nos mínimos detalhes, a equipe de Isabela recriou cartazes de filmes de Pola Negri e Theda Bara, ídolas da atriz, que serviram para compor o cinema da cidade, onde Dercy trabalhou como bilheteira.



Mesmo esbarrando em algumas dificuldades de falta de acervo para a busca de referências de construções antigas, como a Casa de Caboclo, na Praça Tiradentes, os musicais do Walter Pinto e a própria Dercy nos anos 20, 30 e 40, o cenógrafo José Cláudio destacou que associação da criação com as pesquisas foi a receita para o resultado final.
“A partir das pesquisas, criamos alguns detalhes para preencher lacunas e conseguir construir a história por completo”, finalizou José Cláudio, que assinou a cenografia com Eliana Heringer.

Valdemar: um encontro que mudou a vida de Dercy!



Dercy conhece Valdemar em um momento complicado de sua vida. Seu marido, Eugênio Pascoal (Fernando Eiras), estava doente e ela precisava de dinheiro para pagar o tratamento do companheiro. Incentivada por Isabel (Paula Burlamaqui) ela foi até um bordel de classe.
Na Casa de Encontros, o objetivo era conseguir dinheiro para pagar o tratamento do marido, mas o resultado foi um importante momento de desabafo e o surgimento de uma relação respeitosa de amizade entre ela e Valdemar (Cássio Gabus Mendes). Aparentemente descolada, mas sem saber nada da intimidade de um casal, Dercy (Heloísa Périssé) desabafa com o cliente. O homem, solidariamente, a ouve e paga, mesmo sem ter recebido pelo serviço. Também foi ele quem disse a Dercy: “Se quer ser artista é para o Rio de Janeiro que tem que ir”.Começava aí uma grande história de amor.
“Muitos anos depois, se reencontraram e (re)começaram a história deles. Grávida e, pensando em aborto, Dercy é convencida por Valdemar a ter a filha deles. E esse é o ponto fundamental do personagem em sua história”, resume Cássio Gabus Mendes.

Com intervenções de Dercy, Jorge Fernando apresenta o seu trabalho mais maduro!



Logo no início do projeto, enquanto lia o livro “Dercy De Cabo a Rabo”, de Maria Adelaide Amaral, Jorge Fernando começou a ouvir a voz de Dercy Gonçalves.
“Ela dizia ‘eu não vou aparecer’? Vai falar de mim e eu não vou aparecer?”, conta o diretor geral e de núcleo. Foi a partir daí que Jorge Fernando decidiu fazer quatro aberturas diferentes, com vários momentos de Dercy Gonçalves.
“Todo o encadeamento da minissérie será feito pelas três atrizes: Dercy, Lolô e Fafy. Esse é o trabalho mais maduro da minha carreira. Gravei só o necessário, porque sabia o que queria mostrar: a mulher (e não o estereótipo) que a Dercy gostaria que fosse vista pelas pessoas. Respeitei ao máximo o texto de Maria Adelaide Amaral e, para completar, pude contar com duas monstras (Fafy e Lolô) que, apesar de diferentes, entraram com o coração nesse projeto”, comemora Jorge Fernando.
“Todo mundo que pensa em fazer humor tem que beber das águas de Dercy. Ela merece ser reverenciada”, finaliza o diretor geral e de núcleo.

Terça-feira, dia 10: surpreenda-se e emocione-se na estreia de Dercy De Verdade!



Desde o primeiro episódio da minissérie Dercy de Verdade, que vai ao ar no dia 10/01, depois do Big Brother Brasil, os espectadores terão contato com um lado da história da artista, até hoje, ignorado por muitos. Pobre e humilde, ela sofreu com os maus tratos do pai Manuel (Walter Breda) e com a hostilidade da vizinhança. Até do côro da Igreja ela foi expulsa:
“Diziam que eu era puta. Eu nem sabia o que era puta, eu já era puta!”, diz Dercy em uma das cenas que vai ao ar neste primeiro episódio.
Santa Maria Madalena – Numa verdadeira viagem no tempo e pela história da artista, a minissérie revisitará lugares e situações e apresentará personagens que foram fundamentais para impulsioná-la ao seu destino de sucesso e reconhecimento.
“Aquelas famílias de Madalena que me tocaram não tiveram culpa, foi Deus que me fez passar por tudo isso… Sabia que Madalena era pequena demais pra mim, sabia que eu não cabia em Madalena”. Dercy (Heloísa Périssé/Fafy Siqueira) entendia que Madalena não era o seu lugar. Queria ir embora, mas não sabia como.



“Você devia ser artista” – Foi quando chegou à pequena cidade, a Companhia de Teatro Maria de Castro e, para chamar a atenção de um dos seus astros, o galã, cantor e dançarino, Pascoal (Fernando Eiras), ela soltou a bela e afinada voz e cantou “A Malandrinha”. O elogio de Pascoal mudou a vida de Dercy para sempre. Depois de ouvir “Você devia ser artista”, não pensou duas vezes, arrumou sua maleta e partiu com a Companhia no dia seguinte.
Vaias – Tempos depois que a Companhia Maria de Castro se dissolveu e de ter formado a dupla “Os Pascoalinos” com Pacoal, Dercy, com o apoio de Isabel de Oliveira (Paula Burlamaqui), foi pra São Paulo onde faria sua primeira tentativa no teatro Boavista, um dos melhores da cidade. Mas as coisas não saíram como o esperado. Escalada para substituir Otília Amorim, estrela da época, Dercy ficou em pânico quando abriram as cortinas e não conseguiu cantar. Foi vaiada e expulsa do teatro, sob ameaças de nunca mais trabalhar nos palcos paulistas.
Dinheiro fácil, nada fácil – Com a reputação manchada, Dercy seguiu o conselho de Isabel e, atrás de dinheiro fácil, foi até um bordel de classe. Entre quatro paredes, na presença de Valdemar (Cássio Gabus Mendes), sem conhecer nada da intimidade de um casal, começou a chorar e confidenciou a sua história. “Eu nunca fiz isso antes. Só estou aqui para conseguir dinheiro para pagar o tratamento do meu marido que está internado num sanatório, em Atibaia”.

Dercy De Verdade: cem anos em quatro capítulos!



Formatado para ser base de um filme, o projeto da minissérie Dercy De Verdade foi sugestão da própria autora, a roteirista Maria Adelaide Amaral. “Sintetizei a história da Dercy pensando no tempo médio de um longa (duas horas) e nos acontecimentos mais fortes da sua trajetória. Não foi fácil. O trabalho de revisitar e atualizar o que já estava no livro foi emocionante”, contou a também autora da biografia da atriz.
Os detalhes – A série comemora os 101 anos da irreverente atriz brasileira e revela um lado da sua história que o Brasil não conheceu. Originária de uma família pobre, Dolores Gonçalves Costa, ou simplesmente Dercy Gonçalves, nasceu em Santa Maria Madalena, interior do Rio de Janeiro, em 1907. Sua mãe abandonou o lar ao descobrir a infidelidade de seu marido e Dolores precisou aturar o pai que bebia demais.
Como bilheteira de cinema, ela conheceu a arte e foi chamada por muitos de prostituta. Saiu de Madalena para ganhar o mundo com uma companhia de teatro e nunca mais parou.



“A história de vida da Dercy é cativante e será contada com muita realidade”, reforça Maria Adelaide Amaral.
Outro ponto alto da trajetória de Dercy foi a maternidade. De uma de suas histórias de amor, teve uma filha, Decimar, a quem sempre protegeu e se esforçou para dar tudo de melhor. Ficou casada com um homem que não gostava apenas para que sua filha tivesse um “pai” para entrar na igreja no dia de seu casamento. “E ela era exatamente assim. Brigou comigo quando me separei. Achava que tinha que viver no meu casamento pra sempre”, acrescenta Maria Adelaide Amaral.
Dirigida por Jorge Fernando e protagonizada por Luiza Périssé, Heloísa Périssé e Fafy Siqueira, que interpretam Dercy em fases diferentes, a microssérie de quatro episódios contará os amores, alegrias e desventuras da vida da atriz.
Dercy De Verdade é uma minissérie com autoria de Maria Adelaide Amaral, baseada na obra DERCY DE CABO A RABO, da própria autora, colaboração de Leticia Mey, e direção geral e de núcleo de Jorge Fernando. O programa vai ao ar, a partir desta terça, 10/01,após o Big Brother Brasil.
 
Modificado por Louco's por TM'J